Entrevista à embaixadora da Ucrânia. "Acontecimentos na Síria demonstram fraqueza do regime de Putin"

por Antena 1
Maryna Mykhaylenko garante que a comunidade ucraniana em Portugal é composta por mais de 80 mil pessoas Antena 1

Entrevistada no Ponto Central da Antena 1, a embaixadora da Ucrânia em Portugal fala da Síria, de Vladimir Putin, de Donald Trump, de António Costa e do inverno que aí vem e que, diz Maryna Mykhaylenko, será ainda mais difícil do que o anterior.

Nesta entrevista, a embaixadora da Ucrânia avisa que todas as ditaduras acabam por chegar ao fim. Maryna Mykhaylenko dá o exemplo recente da Síria e sublinha que a Rússia de Vladimir Putin fica enfraquecida com a queda do regime de Bashar Al-Assad: "Os acontecimentos na Síria demonstram bem a fraqueza do regime de Putin".
Já quanto ao possível impacto que o regresso de Donald Trump à Casa Branca pode ter na guerra no Leste da Europa, Maryna Mykhaylenko diz que tudo vai depender da proposta concreta que será apresentada pelo próximo presidente norte-americano.

Questionada sobre se Donald Trump será mais favorável aos interesses do presidente Zelensky ou aos do presidente Putin, a embaixadora responde: "Ele quer devolver a paz à Europa, quer acabar com esta guerra. E a Ucrânia também está muito interessada em obter a paz. Mas é muito importante para nós que seja uma paz justa e duradoura".
A embaixadora da Ucrânia em Portugal deixa também a garantia de que Kiev nunca irá aceitar oficialmente uma cedência dos territórios ocupados pela Rússia.
Na corrida ao armamento, a embaixadora da Ucrânia pede aos países europeus para não se atrasarem.
Maryna Mykhaylenko avisa que a Rússia está a investir muito dinheiro em equipamento militar, o que representa uma ameaça de segurança para toda a Europa, se os outros países, como Portugal, não reforçarem a aposta no sector da Defesa.
Inverno: "Estamos preocupados"

O próximo Inverno na Ucrânia vai ser mais difícil do que o anterior. É o que admite a embaixadora ucraniana em Portugal.

Maryna Mykhaylenko critica os ataques russos contra a rede energética do país e admite que a Ucrânia precisa do apoio dos aliados, como Portugal, para aumentar o número de geradores elétricos, assim como material para reparar estas infraestruturas essenciais.
São cada vez mais os ucranianos com dupla nacionalidade a viver em Portugal. Maryna Mykhaylenko adianta que, entre imigrantes e beneficiários do estatuto de proteção temporária por causa da guerra, existem, neste momento, mais de 80 mil ucranianos em território português.
Os últimos números conhecidos apontavam para perto de 60 mil refugiados ucranianos a viver em Portugal. Mas a embaixadora da Ucrânia garante que a comunidade ucraniana a viver em território português é composta por mais de 80 mil pessoas.
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